30 de mai. de 2009

O Negro no Brasil

Esta letra é a primeira que eu considero digna de postar no blog. Cantei este rap no dia da consciência negra em 2007 na EEEM Dr Francisco Freitas Lima. Ele marca uma fase em que eu volto a cantar sozinho.


Desde primórdios da humanidade
A gente enxerga e se entrega a uma discriminação
Que viaja da república atual ao Brasil colonial
E nos trás a recordação
De que o negro foi tirado do seu povo,
Afastado da cultura e enviado pro Brasil
Foi maltratado, humilhado, pisado,
Jogado nesta "pátria que nos pariu".
Não se contendo em escravizar e tirar os seus direitos
Ainda deixam um grande trauma
Quando a sociedade branca, com uma cruz pendurada,
Diz que o negro não tem alma.
Ora... Como esta alma do europeu que era boa
Só pensando na lavoura e o que podia vender?
Mas era entre as chibatas que o escravo, açoitado,
Tinha muito mais alma que o seu Senhor podia ter.

Pra tentar escapar e restaurar sua cultura
Eles formavam os quilombos sempre à beira
Misturados com os índios e movimentos rápidos
Formou-se então a capoeira.
Por questões econômicas e pressão da Inglaterra
Finalmente abolimos a escravidão.
Mas o negro, ex-escravo, que se vê discriminado,
inicia no país uma favelização.
Pra algum tempo depois aparecer o camburão
E mandar ele pra prisão pra tirar ele da favela...
Mas se o Brasil aboliu a escravidão
CADÊ ESTA LIBERDADE QUE NÃO ENTROU LÁ NA CELA?

Cadê a justiça? O Brasil se calou?
Deus é por todos, mas a justiça não é cega.
Eles tentam convencer que o racismo acabou
Mas o nosso preconceito é um preconceito que se eleva.
Cadê a ordem e o progresso do país?
A gente tem lutar. Vamos reivindicar.
Construíram uma barreira que separa esta nação
Pra quê pichar? Se a gente pode DERRUBAR.
Pra quê esta barreira que separa esta nação
Se todos nós viemos de uma miscigenação?
Que enriquece e enobrece a cultura do país.
É a nossa voz que diz. E a de Deus... Por que não?

Nós somos filhos da terra que o branco pisou
Somos filhos da terra que o índio cultivou
Somos filhos da terra que o negro trabalhou
Demos origem a uma guerra que não tem vencedor...
Nosso povo é guerreiro, protegendo a nação.
Nosso povo é cabo-armeiro, nosso povo é capitão.
Nosso povo não tem medo de falar com emoção:
"EU SOU BRASILEIRO, LEVO MINHA COR NO CORAÇÃO".

Leonardo Luíz

2 comentários:

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