9 de mai. de 2009

Estudantes Paladinos

Ao entrar no ensino médio, criei um grupo de amigos do qual estava presente o meu melhor amigo, TN. Nós éramos muito unidos e fazíamos brincadeiras uns com os outros. Me sentia bem tendo amigos tão palhaços quanto eu. Nesta época, eu já tinha alimentado em mim uma grande fixação por super-heróis que começou no Mosquito-Radioativo. Talvez a grande influência para a criação desta série seria um desenho que passava na MTV com os VJs como super-heróis: Mega Liga. Eu e um outro colega tivemos a idéia de transformar o nosso grupo de amigos em super-heróis com poderes baseados nas suas personalidades. Formamos então a nossa própria liga, a Mega Liga de Estudantes Paladinos.
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Ficha dos personagens:
Melecoman
- O garoto que, na vida real, tinha rinite alérgica e ficou conhecido por jogar um papél higiênico, após ter soado o nariz nele, no teto. O papél grudou e, acredito eu, está lá até hoje. O garoto era eu mesmo. Melecoman é um super herói bem versátil, com poderes de elasticidade e deformação. Geralmente ele ataca com o próprio corpo ou atira bolas de meleca.
Turista Nazista - Este meu amigo que era também o meu parceiro no rap. Turista pela camisa de havaiano que ele não tirava nunca e nazista pelo bigodinho mal feito que lembrava o Hittler. Como super, tinha uma prancha voadora e era especialista em bombas. Podia se explodir quando quisesse tbm.
Mulher Mil Germes - Uma garota que, após quebrar o braço, ficou sendo comparada (e se comparando) a um personagem de cinema que tinha germes no braço. Na história, era era uma alien que transformava os braços em tentáculos e sugava energia das pessoas.
Lagartozila - Uma garota que, sem saber, bebeu água do bebedouro que tinha virado piscina para lagartas de coqueiro (isto foi verdade mesmo). Para se transformar em heroína, ela tem que beber água de lagarto do seu cantil, que lhe daria super força (pelo par de braços a mais) e poderes venenosos.
Lanterna da Macumba Verde - Um dos idealizadores dos Estudantes Paladinos. Todos tinham medo dele na escola pelo fato de ele supostamente mecher com magia negra (ele era bem convincente nas mentiras). Na história ele tem o poder da telescinésia e da Macumba Verde.
Capitão Capetão - O peste da turma. Na roda de amigos ele era o terror. Como herói, Capitão Capetão tinha teletransporte e poderes de fogo. Ele vinha sempre acompanhado também de seu parceiro inseparável: o Cão Capetão.
Emola - A alta da turma que, na trama, ganha poderes de elasticidade. O codinome faz uma relação com o próprio nome desta pessoa.
Ninja do Sono - A típica aluna que sempre dorme na sala. Com seus traços orientais, ela se transformou em uma ninja que tem o poder de fazer o adversário dormir... Mas também de vez em quando ababa dormindo no meio da luta.
Estava formada uma liga com super-heróis pronta pra qualquer missão, inclusive no horário da aula.
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História:
Cada personagem tem uma história única, não seguindo necessariamente a história real de cada um. (Capitão Capetão, por exemplo, ganhou o tridente mágico do Lanterna da Macumba Verde) As histórias de cada herói se chocam e os oito viram colegas de sala em uma escola bastante conturbada. Assim como os heróis, todos os vilões são baseados em amigos (e inimigos) nossos da época. Novos personagens foram entrando conforme o grupo foi crescendo também. As tramas se davam com questões cotidianas de uma escola, tipo um professor de educação física que escravizava os alunos, ou a mulher da cantina que colocava uma substância maléfica na merenda.

Desenvolvimento:
Apesar de ser uma história com uma narrativa boa, não me preocupei em construir quadrinhos em cima dela, mesmo porquê, eu estava me preocupando mais com o Claubin. A aplicação desta idéia ficou só na brincadeira do grupo. Cada um de nós assumiu a identidade do seu personagem e as histórias só ficavam na imaginação. Em um certo ponto, eu até comecei a levar mais a sério e construí cartõezinhos para cada herói e alguns pôsteres, mas não passou disso, pois a nossa história foi interrompida.



Os Estudantes Paladinos foram uma grande experiência no meu universo dos quadrinhos, pois, além de eu trabalhar com personagens com personalidades próprias (até então eu trabalhava com várias versões de mim mesmo), esta idéia me abriu um leque de outras idéias, principalmente no que diz respeito a super-heróis. A partir daqui, comecei a me especializar mais nesta área e o jovem Leonardo, o garoto magro e baixinho, passou a adquirir poderes e ser um diferencial entre o meio social. A partir de agora, eu era um super-herói!!!

De volta ao rap

Ao chegar no ensino médio, levava muito do que aprendi no ensino fundamental, dentre os quais, a habilidade de fazer rimas. Habilidade esta que caiu em desuso, por eu não ter muito incentivo. Logo no primeiro dia de aula, eu conheci um brother que gostava das mesmas coisas que eu. Rap e quadrinhos. Foi aí que surgiu a ideia de voltar a fazer rap, mas agora com um parceiro, TN.
Outro motivo para eu talvez voltar a esta área seria o fato de eu ser muito baixinho e um alvo fácil para o "bulling". Eu não levei isto em conta na época, mas estive me analisando e vi que, sendo o "cara do rap", as pessoas iam me respeitar, e talvez tenha sido por isso que eu tenha começado com isto tudo. O rap era como se fosse a minha espada.
Junto com TN, eu estava mais motivado a fazer rimas por conta própria e fizemos algumas experimentações com os temas tédio, dengue e "tema nenhum". Nossa primeira apresentação juntos foi no dia do professor com o "rap do professor". E depois na igreja com "rarefeito" (uma versão aprimorada do rap do natal). Nossa parceria estava dando certo, fizemos letras pela primeira vez independentes de um acontecimento ou evento, como um rap falando de preconceito. Nos apresentamos duas vezes em passeatas cantando, respectivamente, "Estudante" e "Cidade abstrata" (uma letra abordando exploração sexual). Foi um sucesso! Estava voltando a me sentir um popstar, mas agora com mérito. Minhas rimas não eram mais infantis. Cantamos um rap para o aniversário da minha mãe (que mais tarde eu vou super reformular) e tínhamos planos para vários outros temas futuros. Fiz algumas rimas independentes para produção de texto, inclusive uma em forma de quadrinhos que mandei para um concurso. Juntos, formamos uma organização, a RapArt, seguindo os mesmos princípios da MusicArte. Nesta época, também, eu estava tão cheio de mim que entrei no meu primeiro duelo de rimas. Venci três primeiros idiotas que vieram me encarar, mas fui DETONADO, PISADO e MASSACRADO por um cada que chegou depois. Este acontecimento me deixou mal por umas duas semanas e me fez rever as minhas habilidades como rimador. Vi aí a importância da humildade para quem é MC. Isto enfraqueceu um pouco a minha carreira, mas não foi este o motivo para a minha novamente afastação.
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A amizade que eu tinha com TN contribuiu tanto para a minha vida no rap quanto pra minha vida nos quadrinhos. Foi a partir da minha rede de amizades da época que eu comecei a trabalhar em outra linha que estava sendo nos meus desenhos, os Estudantes Paladinos. Mas um fato sozinho vai romper com as duas ao mesmo tempo. Fato este que vai ser explicado nos próximos episódios. :P

Team Cat

Depois de Claubin, eu ampliei a minha visão para outras mídias, voltando um pouco os olhos para os vídeo-games. A partir das minhas experiências antigas e referências de jogos que eu gostava muito, decidi criar uma série só para esta mídia. Aproveitei a idéia dos Anisups, que tinha sido arquivada, mudei um pouco os personagens, acrescentei um estilo mais maduro no traço e criei a Team Cat.
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História
Em um mundo onde os gatos dominavam, um rato sequestra a princesa e, juntamente com seu exército de ratos, toma o poder e se coloca como rei, escravizando todos os gatos deste lugar. Um trio de agentes especiais é chamado pelo rei para resgatar a princesa e devolver o trono para quem realmente tem direito, eles eram a Team Cat. Gary (modificado do Hirap), um gato verde com um estilo radical, carregava um foguete nas costas, que usava para dar pequenos voos e atacar os adversários; Dase (Baseada na Dase mesmo), uma gata rosa bem feminina e sensual, usava das suas incríveis habilidades ninja para atacar e alcançar lugares diferentes; Tony (Baseado no Leosreggae), um gato azul, grande e forte, era a força bruta do grupo, o que geralmente enfrentaria os maiores perigos.
Juntos, estes três gatos deveriam invadir o castelo, enfrentar todo o exército de ratos e coletar todas as chaves dentro das fases para ir abrindo as portas do castelo e acessar a sala do trono, onde enfrentariam o mestre final, o rato rei. Para conseguir estas chaves, os gatos teriam que passar por inúmeros desafios, às vezes individuais, às vezes em parceria. À medida em que iam evoluindo no jogo, iam aprendendo habilidades, que teriam que usar no decorrer do jogo. Ao derrotar o mestre final, os gatos salvam a princesa e a coroa retorna ao rei gato.
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Desenvolvimento
Este jogo foi planejado como RPG com uma área para exploração. Era apenas para um jogador, mas este tinha que necessariamente controlar os três personagens em períodos diferentes. Haviam momentos em que apenas um personagem era controlado, em áreas de acesso individual para cada personagem específico. (Por exemplo em uma fase em que Gary voa com seu foguete). Este jogo, assim como o do Claubin, nunca saiu do papél pelos mesmos motivos. (sim, eu só estava criando por criar... quem sabe no futuro eu volote nele...)

A partir de Tean Cat, eu comecei a imaginar uma versão para os games com todas as séries que eu trabalhei daqui pra frente. Ela nunca chegou a ocupar a minha linha de desenhos principal, esta linha ainda estava acontecendo paralela ao Claubin, que ainda era a minha marca. Claubin só vai deixar de ser a minha linha principal lá na frente com um personagem mais "revolucionário".