30 de mai. de 2009

Rabbit Run

Basicamente do final de 2006 ao início de 2007, Eu estava em um processo de transição de personagem. Fatores como a exploração de uma identidade mais própria e, principalmente, a queda dos Estudantes Paladinos, me fizeram transitar na minha mente até me encontrar em um perfil que eu já havia construindo há algum tempo. Desde muito tempo eu já tinha um fascínio por super velocidade. Me encontrei mentalmente com a personalidade de um herói com este poder, o Flash. Isto me ajudou mais ainda na construção do perfil do meu mais novo herói. Aos poucos, eu já estava passando do cômico e não muito sério Melecoman ao descolado e cheio de atitude Rabbit Run.
A primeira quebra na estrutura da minha personagem foi a exploração de uma anatomia menos cartoon e mais HQ. O uniforme que eu usei nesta personagem também não era nada formal, era uma roupa mais descolada que colocava nele um estilo hip-hop (esta estrutura vai se encaixar perfeitamente na minha próxima fase). Com Rabbit, eu pude saciar (mentalmente) uma vontade que carregava há anos: correr sobre a água e pela parede. Nesta série, eu adicionei uma personagem secundária do sexo feminino, que também vai ser chave daqui pra frente.
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História
Leonardo (pela primeira vez assumindo a identidade da minha personagem em uma série independente) era um garoto que ostentava um dom especial, a super-velocidade. Ele não sabe como adquiriu esta habilidade, aparentemente já nasceu com ela. e esta seria uma questão que o perturbaria em vários momentos da história. Léo era meio despreocupado com a vida e não tinha muito um perfil de herói. Ele era meio largado e fazia muitas coisas por conta própria. Ele se encaixava mais na categoria de anti-herói. Recebeu de uns amigos o apelido de Rabbit (coelho em inglês), por ser bem esperto e ligeiro em quase todas as situações (menos com as garotas).
Foi em um assalto que Léo, pela primeira vez, usa o seu dom para ajudar uma pessoa, agindo heroicamente e impedindo uma catástrofe. Sua primeira aparição foi com uma máscara improvisada na hora, com sua própria bandana. Não se preocupou nem um pouco em criar um uniforme, agindo pela cidade com suas roupas comuns de hip-hop. Seu estilo era de "eu sou um herói, mas não tenho que dar exemplo a ninguém... Foda-se a ética, só quero fazer o meu trabalho". Se intitulou Rabbit Run, um herói rápido como um coelho.
Apesar desta política meio punk, Rabbit (como era chamado a partir de então) também era irreverente e conhecido pela sua personalidade de engraçadinho. Ele brincava muito com os vilões antes de capturá-los. Esta característica às vezes se voltava contra ele, o fazendo se dar mal. Eu não queria um herói perfeito.
Em algum ponto da história, uma estranha visitante chega na cidade. Ela também tinha um dom, o da super força e começa agindo na cidade também como uma heroína. Seu codnome era Bird (sobre a sua criação eu explico em outra postagem). De início os dois se estranham e chegam até a se tornar rivais. Mas, em um episódio em que os dois estavam encurralados, ambos tiveram que se revelar as identidades secretas e agir em parceria para salvar a cidade. A partir daí eles vão se entendendo e, aos poucos, se tornando parceiros.
Rabbit e Bird tinham personalidades diferentes, que se completavam. Rabbit era descuidado, descolado e piadista. Bird era planejadora, centrada e séria. Rabbit tinha super velocidade e, Bird, super força. Combinação perfeita para qualquer tipo de desafio.
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Desenvolvimento
De todas as minhas linhas aqui trabalhadas, Rabbit é a única que não tem nenhum registro, nem em desenhos, nem em textos. A construção de todos os personagens, história e afins nunca chegou a ir pro papel. Nem eu mesmo sei como é de fato o Rabbit Run, só sei que ele é parecido comigo. O que acontece é que eu passei tanto tempo só imaginando as histórias do Rabbit que nem parei pra desenhar. E isto me causou um certo problema depois. Rabbit também foi uma passagem tão rápida na minha vida que eu nem cheguei a explorá-lo a fundo e ele passou direto dos meus perfis virtuais e de um vídeo que eu fiz mais pra frente. Porém esta é uma personagem que vai contribuir em 75% na minha próxima série. Aquele que teria as roupas de hip-hop e o estilo descolado como marcas inegáveis.

O Negro no Brasil

Esta letra é a primeira que eu considero digna de postar no blog. Cantei este rap no dia da consciência negra em 2007 na EEEM Dr Francisco Freitas Lima. Ele marca uma fase em que eu volto a cantar sozinho.


Desde primórdios da humanidade
A gente enxerga e se entrega a uma discriminação
Que viaja da república atual ao Brasil colonial
E nos trás a recordação
De que o negro foi tirado do seu povo,
Afastado da cultura e enviado pro Brasil
Foi maltratado, humilhado, pisado,
Jogado nesta "pátria que nos pariu".
Não se contendo em escravizar e tirar os seus direitos
Ainda deixam um grande trauma
Quando a sociedade branca, com uma cruz pendurada,
Diz que o negro não tem alma.
Ora... Como esta alma do europeu que era boa
Só pensando na lavoura e o que podia vender?
Mas era entre as chibatas que o escravo, açoitado,
Tinha muito mais alma que o seu Senhor podia ter.

Pra tentar escapar e restaurar sua cultura
Eles formavam os quilombos sempre à beira
Misturados com os índios e movimentos rápidos
Formou-se então a capoeira.
Por questões econômicas e pressão da Inglaterra
Finalmente abolimos a escravidão.
Mas o negro, ex-escravo, que se vê discriminado,
inicia no país uma favelização.
Pra algum tempo depois aparecer o camburão
E mandar ele pra prisão pra tirar ele da favela...
Mas se o Brasil aboliu a escravidão
CADÊ ESTA LIBERDADE QUE NÃO ENTROU LÁ NA CELA?

Cadê a justiça? O Brasil se calou?
Deus é por todos, mas a justiça não é cega.
Eles tentam convencer que o racismo acabou
Mas o nosso preconceito é um preconceito que se eleva.
Cadê a ordem e o progresso do país?
A gente tem lutar. Vamos reivindicar.
Construíram uma barreira que separa esta nação
Pra quê pichar? Se a gente pode DERRUBAR.
Pra quê esta barreira que separa esta nação
Se todos nós viemos de uma miscigenação?
Que enriquece e enobrece a cultura do país.
É a nossa voz que diz. E a de Deus... Por que não?

Nós somos filhos da terra que o branco pisou
Somos filhos da terra que o índio cultivou
Somos filhos da terra que o negro trabalhou
Demos origem a uma guerra que não tem vencedor...
Nosso povo é guerreiro, protegendo a nação.
Nosso povo é cabo-armeiro, nosso povo é capitão.
Nosso povo não tem medo de falar com emoção:
"EU SOU BRASILEIRO, LEVO MINHA COR NO CORAÇÃO".

Leonardo Luíz