Quando eu aprendi a dançar break, eu fiquei muito empolgado com a minha mais nova habilidade e estava doido pra mostrar aos meus amigos. Hoje em dia é corriqueiro me ver passando um moinho de vento em um lugar completamente aleatório (tipo o corredor do centro de artes ou o Shopping Vitória) mas naquela época era novidade e uma pessoa que eu me lembro de mostrar a minha dança foi a Grasie (que eu não conhecia muito bem, mas que fez uma enorme diferença na minha vida um pouco a frente).
A primeira vez que eu entrei em uma roda de break, foi na Ilha do Príncipe, em um evento chamado "Segundão Hip Hop" (que ironicamente acontecia no domingo) Com aproximadamente um mês e meio de dança. Foi neste mesmo dia que eu tomei o meu primeiro corte no break:
_Ei, você dança? Porque você não entra na roda?
_É que eu estou esperando uma música melhor...
_B. boy não escolhe música. (ai!)
_É que a música vai acabar e vai virar...
_Se a música virar, você pega a virada da música (ai!²)
Depois desta eu não tinha desculpa. Tive que entrar na roda. Depois de entrar pela primeira vez, me senti mais confiante em entrar pela segunda, terceira e assim sucessivamente. No final do evento eu estava entrando praticamente sozinho depois de todos os b boys já terem ido embora. Me sentia feliz por ter estreado no break.
A primeira batalha a gente nunca esquece...
Em três meses de dança, pouco antes de eu me formar, eu participei (como público) do primeiro evento de hip hop. Era o "1° B. Girls Fight". Como o nome diz, era uma batalha de B girls (esta aí uma ótima piada para os meus amigos e inimigos me infernizarem... A minha primeira batalha foi em uma batalha de B. girls ¬¬). Em um dos intervalos aconteceu uma batalha que era inédita pra mim, se chamava "Seven Two Smoke" (procurem no google pra saber de mais detalhes). E nesta batalha participaram os b. boys. Por incentivo do Pelé e dos meus colegas de break, eu me inscrevi, só pra representar a turma (Acho que tinha um pouco de merda na cabeça também, pois sabia que não tinha chance contra ninguém ali). O valor da inscrição era R$5,00 e o prêmio era o dinheiro de todos os participantes.
Falar que eu estava nervoso é apelido, a minha primeira batalha foi contra o b. boy Abnael (Vila Velha Força Break). Até então ninguém me conhecia, então Abnael fez uma entrada pra derrotar um b boy experiente. Só me lembrei das palavras do Pelé: "Apenas faça a sua parte, independente do que o adversário fizer. Faça o que você sabe". Foi o que eu fiz. Eu estaria surpreso se ganhasse... Na verdade eu tomei uma surra, mas fiz o meu papél, e até que eu não dancei tão feio assim (pra três meses de dança) Só que eu consegui cair do baby freeze, o freeze mais fácil do mundo ever. Minha segunda batalha foi contra o b boy Max (Atos Crew) Esta batalha foi tão fail quanto a primeira, e o que me ajudou a ficar mais nervoso foi o Max me intimidando com o olhar. A terceira batalha foi contra o b. boy (Kevin), do qual pensei "por ser criança, eu acho que tenho mais condições de batalhar igual por igual". Resultado, foi mais vergonhoso ainda, porque tomei uma surra épica de uma criança.
Ao final da batalha, o vencedor foi o Max (de 7 b boys que se inscreveram) e eu me senti um pouco envergonhado pela minha performance fail. Só que o que me deixou feliz foram os comentários de Pelé e Fabrício Beatbox para mim. Eles disseram que pra três meses eu estava ótimo, e admiraram a minha coragem por ter entrado em uma batalha onde só tinha monstro. Isto me serviu de incentivo pra levar a minha dança à frente. Depois analisando os meus vídeos com calma, eu vi que não mandei tão mal assim... (claro... pra três meses)
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