31 de mai. de 2009

Bird

(Imagem referente à última fase da Bird, não presente no texto)Com Rabbit Run, eu tinha um herói que poderia assumir a identidade e criar um contexto que pudesse me encaixar no imaginário. A maioria do que havia em Rabbit Run é um reflexo da minha vida pessoal. E o que tinha de mais pessoal na minha série, era a minha idealização de garota perfeita, a super heroína que me acompanharia e, principalmente, me completaria, Bird.
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Eu estava, nesta época, naquela fase de procura da garota perfeita. Então construí uma imaginária que responderia a todas as minhas idealizações. Sua principal característica física era uma trança dupla loira. Característica que teve que sofrer algumas alterações necessárias depois. Sua personalidade era, em síntese, a da minha pessoa só que na versão feminina, mas, pra não criar uma concorrência comigo e fazer o papel que eu não fazia, digamos assim, coloquei o inverso como personalidade "forjada". Ela se passava de uma pessoa séria e centrada nos seus objetivos, mas no fundo era igual a mim. Bird era praticamente a minha namorada imaginária (sim, eu começo a exagerar em um ponto desta época).
Todas as características da Bird vieram como um complemento do Rabbit, a começar pelo nome. Rabbit é coelho em inglês, ele atacava usando a super velocidade. Rabbit era o herói "rápido como um coelho". Bird é pássaro em inglês, ela ataca com sua super força e suas incríveis habilidades de saltos e equilíbrios. Bird era a heroína "leve como um pássaro". Uma outra característica, que não tem muita importância agora, mas vai ser de suma importância depois, é que a Bird assumia a função de dançarina na sua identidade secreta. Como eu, na vida real, cantava rap (consequentemente o Rabbit também), encontrei como uma dançarina a parceira que me complementasse. O poder da super força veio como o complemento para a super velocidade, assim eu teria a dupla perfeita. Tinha uma certa ideia de que a super força estaria indiretamente ligada ao masculino e, neste raciocínio e por eliminação, a super velocidade, ao feminino. Conscientemente, eu colocava a mulher como o dominante, apesar de Rabbit ser o "líder" do grupo e o nome dele sempre vir em primeiro. (Só de pensar nas profundas análises que meus amigos psicólogos vão fazer em cima desta declaração... Ai ai...).
Nesta disputa, eu explorava também uma guerra de sexos, onde os dois empatavam absolutamente (Já que Rabbit era o principal, talvez este seja um motivo para a Bird ter super força). Uma luta entre os dois sempre seria interrompida, assim, ninguém nunca saberia quem venceria.
Em um ponto da história, o que já estaria planejado desde o início acontece. Em uma cena idealizadamente romântica, o primeiro beijo dos dois surge por iniciativa dela. A partir daí a história continua, tendo os dois heróis como mais do que parceiros de luta.
Bird foi uma grande companheira e acompanhou Rabbit em muitas aventuras. Os dois juntos eram uma dupla e tanto... Só que chegaram a ser tão presentes na minha vida pessoal que eu tive que dar um fim a esta história.

30 de mai. de 2009

Rabbit Run

Basicamente do final de 2006 ao início de 2007, Eu estava em um processo de transição de personagem. Fatores como a exploração de uma identidade mais própria e, principalmente, a queda dos Estudantes Paladinos, me fizeram transitar na minha mente até me encontrar em um perfil que eu já havia construindo há algum tempo. Desde muito tempo eu já tinha um fascínio por super velocidade. Me encontrei mentalmente com a personalidade de um herói com este poder, o Flash. Isto me ajudou mais ainda na construção do perfil do meu mais novo herói. Aos poucos, eu já estava passando do cômico e não muito sério Melecoman ao descolado e cheio de atitude Rabbit Run.
A primeira quebra na estrutura da minha personagem foi a exploração de uma anatomia menos cartoon e mais HQ. O uniforme que eu usei nesta personagem também não era nada formal, era uma roupa mais descolada que colocava nele um estilo hip-hop (esta estrutura vai se encaixar perfeitamente na minha próxima fase). Com Rabbit, eu pude saciar (mentalmente) uma vontade que carregava há anos: correr sobre a água e pela parede. Nesta série, eu adicionei uma personagem secundária do sexo feminino, que também vai ser chave daqui pra frente.
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História
Leonardo (pela primeira vez assumindo a identidade da minha personagem em uma série independente) era um garoto que ostentava um dom especial, a super-velocidade. Ele não sabe como adquiriu esta habilidade, aparentemente já nasceu com ela. e esta seria uma questão que o perturbaria em vários momentos da história. Léo era meio despreocupado com a vida e não tinha muito um perfil de herói. Ele era meio largado e fazia muitas coisas por conta própria. Ele se encaixava mais na categoria de anti-herói. Recebeu de uns amigos o apelido de Rabbit (coelho em inglês), por ser bem esperto e ligeiro em quase todas as situações (menos com as garotas).
Foi em um assalto que Léo, pela primeira vez, usa o seu dom para ajudar uma pessoa, agindo heroicamente e impedindo uma catástrofe. Sua primeira aparição foi com uma máscara improvisada na hora, com sua própria bandana. Não se preocupou nem um pouco em criar um uniforme, agindo pela cidade com suas roupas comuns de hip-hop. Seu estilo era de "eu sou um herói, mas não tenho que dar exemplo a ninguém... Foda-se a ética, só quero fazer o meu trabalho". Se intitulou Rabbit Run, um herói rápido como um coelho.
Apesar desta política meio punk, Rabbit (como era chamado a partir de então) também era irreverente e conhecido pela sua personalidade de engraçadinho. Ele brincava muito com os vilões antes de capturá-los. Esta característica às vezes se voltava contra ele, o fazendo se dar mal. Eu não queria um herói perfeito.
Em algum ponto da história, uma estranha visitante chega na cidade. Ela também tinha um dom, o da super força e começa agindo na cidade também como uma heroína. Seu codnome era Bird (sobre a sua criação eu explico em outra postagem). De início os dois se estranham e chegam até a se tornar rivais. Mas, em um episódio em que os dois estavam encurralados, ambos tiveram que se revelar as identidades secretas e agir em parceria para salvar a cidade. A partir daí eles vão se entendendo e, aos poucos, se tornando parceiros.
Rabbit e Bird tinham personalidades diferentes, que se completavam. Rabbit era descuidado, descolado e piadista. Bird era planejadora, centrada e séria. Rabbit tinha super velocidade e, Bird, super força. Combinação perfeita para qualquer tipo de desafio.
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Desenvolvimento
De todas as minhas linhas aqui trabalhadas, Rabbit é a única que não tem nenhum registro, nem em desenhos, nem em textos. A construção de todos os personagens, história e afins nunca chegou a ir pro papel. Nem eu mesmo sei como é de fato o Rabbit Run, só sei que ele é parecido comigo. O que acontece é que eu passei tanto tempo só imaginando as histórias do Rabbit que nem parei pra desenhar. E isto me causou um certo problema depois. Rabbit também foi uma passagem tão rápida na minha vida que eu nem cheguei a explorá-lo a fundo e ele passou direto dos meus perfis virtuais e de um vídeo que eu fiz mais pra frente. Porém esta é uma personagem que vai contribuir em 75% na minha próxima série. Aquele que teria as roupas de hip-hop e o estilo descolado como marcas inegáveis.

O Negro no Brasil

Esta letra é a primeira que eu considero digna de postar no blog. Cantei este rap no dia da consciência negra em 2007 na EEEM Dr Francisco Freitas Lima. Ele marca uma fase em que eu volto a cantar sozinho.


Desde primórdios da humanidade
A gente enxerga e se entrega a uma discriminação
Que viaja da república atual ao Brasil colonial
E nos trás a recordação
De que o negro foi tirado do seu povo,
Afastado da cultura e enviado pro Brasil
Foi maltratado, humilhado, pisado,
Jogado nesta "pátria que nos pariu".
Não se contendo em escravizar e tirar os seus direitos
Ainda deixam um grande trauma
Quando a sociedade branca, com uma cruz pendurada,
Diz que o negro não tem alma.
Ora... Como esta alma do europeu que era boa
Só pensando na lavoura e o que podia vender?
Mas era entre as chibatas que o escravo, açoitado,
Tinha muito mais alma que o seu Senhor podia ter.

Pra tentar escapar e restaurar sua cultura
Eles formavam os quilombos sempre à beira
Misturados com os índios e movimentos rápidos
Formou-se então a capoeira.
Por questões econômicas e pressão da Inglaterra
Finalmente abolimos a escravidão.
Mas o negro, ex-escravo, que se vê discriminado,
inicia no país uma favelização.
Pra algum tempo depois aparecer o camburão
E mandar ele pra prisão pra tirar ele da favela...
Mas se o Brasil aboliu a escravidão
CADÊ ESTA LIBERDADE QUE NÃO ENTROU LÁ NA CELA?

Cadê a justiça? O Brasil se calou?
Deus é por todos, mas a justiça não é cega.
Eles tentam convencer que o racismo acabou
Mas o nosso preconceito é um preconceito que se eleva.
Cadê a ordem e o progresso do país?
A gente tem lutar. Vamos reivindicar.
Construíram uma barreira que separa esta nação
Pra quê pichar? Se a gente pode DERRUBAR.
Pra quê esta barreira que separa esta nação
Se todos nós viemos de uma miscigenação?
Que enriquece e enobrece a cultura do país.
É a nossa voz que diz. E a de Deus... Por que não?

Nós somos filhos da terra que o branco pisou
Somos filhos da terra que o índio cultivou
Somos filhos da terra que o negro trabalhou
Demos origem a uma guerra que não tem vencedor...
Nosso povo é guerreiro, protegendo a nação.
Nosso povo é cabo-armeiro, nosso povo é capitão.
Nosso povo não tem medo de falar com emoção:
"EU SOU BRASILEIRO, LEVO MINHA COR NO CORAÇÃO".

Leonardo Luíz

10 de mai. de 2009

Melecoman Vs. Turista Nazista



Até o final do ensino médio, eu estava estabilizado no rap e nos quadrinhos, afinal, eu tinha um parceiro para as duas áreas que era o meu melhor amigo. Nosso grupo era muito unido, e nós dois éramos como se fôssemos os pilares deste grupo.

A impressão que deu foi que o ocorrido aconteceu subitamente, mas este foi um processo que vinha se alimentando há tempos. Praticamente, de um dia para o outro, de melhores amigos, eu e TN passamos a nos tornar os piores inimigos. Uma briga muito séria entre nós dois acabou fragmentando todo o nosso grupo, dividindo metade para o meu lado, metade para o lado dele. Este, sem dúvida, foi o marco para o fim dos Estudantes Paladinos, sem nunca ter a oportunidade de ter sido produzido graficamente. Depois disso, cada integrante foi para um lado e um nem ficou tomando conhecimento do outro.

No rap não foi diferente, nós éramos conhecidos na escola como uma dupla, e, com o rompimento da dupla, a RapArt acabou e eu perdi novamente o interesse em fazer rap. As letras que fizemos juntos ficaram arquivadas no meu computador. Fechei o ano com um rap que eu tinha feito sozinho para o pré-vestibular (meu então grupo de amigos principal a partir de agora) e outro para o dia da consciência negra. Este rap eu usei rimas mais maduras do que as que eu usava antes e existiu como uma prova de que eu fazia rimas independente de um parceiro, mas marcaria o fim de um período como rapper... Por outro lado, quando nós éramos uma dupla, eu era o cara das rimas. Este também foi um marco para o início de um novo período do qual eu não precisasse de ninguém pra cantar comigo.

Os Estudantes Paladinos foi uma história que acabou sendo perdida no tempo, pois cada integrante foi para um lado e ninguém ficou com direito de usar a imagem do outro. Eu, há algum tempo, já estava transitando de identidade e assumindo uma nova mais própria. Não queria mais ficar com o Melecoman, mas queria continuar com a ideia de super-herói, então passei um período me reinventando. Com este processo de reinvenção, me estabilizei em uma ideia que eu vinha alimentando há algum tempo. Cheguei a Rabbit Run.

9 de mai. de 2009

Estudantes Paladinos

Ao entrar no ensino médio, criei um grupo de amigos do qual estava presente o meu melhor amigo, TN. Nós éramos muito unidos e fazíamos brincadeiras uns com os outros. Me sentia bem tendo amigos tão palhaços quanto eu. Nesta época, eu já tinha alimentado em mim uma grande fixação por super-heróis que começou no Mosquito-Radioativo. Talvez a grande influência para a criação desta série seria um desenho que passava na MTV com os VJs como super-heróis: Mega Liga. Eu e um outro colega tivemos a idéia de transformar o nosso grupo de amigos em super-heróis com poderes baseados nas suas personalidades. Formamos então a nossa própria liga, a Mega Liga de Estudantes Paladinos.
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Ficha dos personagens:
Melecoman
- O garoto que, na vida real, tinha rinite alérgica e ficou conhecido por jogar um papél higiênico, após ter soado o nariz nele, no teto. O papél grudou e, acredito eu, está lá até hoje. O garoto era eu mesmo. Melecoman é um super herói bem versátil, com poderes de elasticidade e deformação. Geralmente ele ataca com o próprio corpo ou atira bolas de meleca.
Turista Nazista - Este meu amigo que era também o meu parceiro no rap. Turista pela camisa de havaiano que ele não tirava nunca e nazista pelo bigodinho mal feito que lembrava o Hittler. Como super, tinha uma prancha voadora e era especialista em bombas. Podia se explodir quando quisesse tbm.
Mulher Mil Germes - Uma garota que, após quebrar o braço, ficou sendo comparada (e se comparando) a um personagem de cinema que tinha germes no braço. Na história, era era uma alien que transformava os braços em tentáculos e sugava energia das pessoas.
Lagartozila - Uma garota que, sem saber, bebeu água do bebedouro que tinha virado piscina para lagartas de coqueiro (isto foi verdade mesmo). Para se transformar em heroína, ela tem que beber água de lagarto do seu cantil, que lhe daria super força (pelo par de braços a mais) e poderes venenosos.
Lanterna da Macumba Verde - Um dos idealizadores dos Estudantes Paladinos. Todos tinham medo dele na escola pelo fato de ele supostamente mecher com magia negra (ele era bem convincente nas mentiras). Na história ele tem o poder da telescinésia e da Macumba Verde.
Capitão Capetão - O peste da turma. Na roda de amigos ele era o terror. Como herói, Capitão Capetão tinha teletransporte e poderes de fogo. Ele vinha sempre acompanhado também de seu parceiro inseparável: o Cão Capetão.
Emola - A alta da turma que, na trama, ganha poderes de elasticidade. O codinome faz uma relação com o próprio nome desta pessoa.
Ninja do Sono - A típica aluna que sempre dorme na sala. Com seus traços orientais, ela se transformou em uma ninja que tem o poder de fazer o adversário dormir... Mas também de vez em quando ababa dormindo no meio da luta.
Estava formada uma liga com super-heróis pronta pra qualquer missão, inclusive no horário da aula.
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História:
Cada personagem tem uma história única, não seguindo necessariamente a história real de cada um. (Capitão Capetão, por exemplo, ganhou o tridente mágico do Lanterna da Macumba Verde) As histórias de cada herói se chocam e os oito viram colegas de sala em uma escola bastante conturbada. Assim como os heróis, todos os vilões são baseados em amigos (e inimigos) nossos da época. Novos personagens foram entrando conforme o grupo foi crescendo também. As tramas se davam com questões cotidianas de uma escola, tipo um professor de educação física que escravizava os alunos, ou a mulher da cantina que colocava uma substância maléfica na merenda.

Desenvolvimento:
Apesar de ser uma história com uma narrativa boa, não me preocupei em construir quadrinhos em cima dela, mesmo porquê, eu estava me preocupando mais com o Claubin. A aplicação desta idéia ficou só na brincadeira do grupo. Cada um de nós assumiu a identidade do seu personagem e as histórias só ficavam na imaginação. Em um certo ponto, eu até comecei a levar mais a sério e construí cartõezinhos para cada herói e alguns pôsteres, mas não passou disso, pois a nossa história foi interrompida.



Os Estudantes Paladinos foram uma grande experiência no meu universo dos quadrinhos, pois, além de eu trabalhar com personagens com personalidades próprias (até então eu trabalhava com várias versões de mim mesmo), esta idéia me abriu um leque de outras idéias, principalmente no que diz respeito a super-heróis. A partir daqui, comecei a me especializar mais nesta área e o jovem Leonardo, o garoto magro e baixinho, passou a adquirir poderes e ser um diferencial entre o meio social. A partir de agora, eu era um super-herói!!!

De volta ao rap

Ao chegar no ensino médio, levava muito do que aprendi no ensino fundamental, dentre os quais, a habilidade de fazer rimas. Habilidade esta que caiu em desuso, por eu não ter muito incentivo. Logo no primeiro dia de aula, eu conheci um brother que gostava das mesmas coisas que eu. Rap e quadrinhos. Foi aí que surgiu a ideia de voltar a fazer rap, mas agora com um parceiro, TN.
Outro motivo para eu talvez voltar a esta área seria o fato de eu ser muito baixinho e um alvo fácil para o "bulling". Eu não levei isto em conta na época, mas estive me analisando e vi que, sendo o "cara do rap", as pessoas iam me respeitar, e talvez tenha sido por isso que eu tenha começado com isto tudo. O rap era como se fosse a minha espada.
Junto com TN, eu estava mais motivado a fazer rimas por conta própria e fizemos algumas experimentações com os temas tédio, dengue e "tema nenhum". Nossa primeira apresentação juntos foi no dia do professor com o "rap do professor". E depois na igreja com "rarefeito" (uma versão aprimorada do rap do natal). Nossa parceria estava dando certo, fizemos letras pela primeira vez independentes de um acontecimento ou evento, como um rap falando de preconceito. Nos apresentamos duas vezes em passeatas cantando, respectivamente, "Estudante" e "Cidade abstrata" (uma letra abordando exploração sexual). Foi um sucesso! Estava voltando a me sentir um popstar, mas agora com mérito. Minhas rimas não eram mais infantis. Cantamos um rap para o aniversário da minha mãe (que mais tarde eu vou super reformular) e tínhamos planos para vários outros temas futuros. Fiz algumas rimas independentes para produção de texto, inclusive uma em forma de quadrinhos que mandei para um concurso. Juntos, formamos uma organização, a RapArt, seguindo os mesmos princípios da MusicArte. Nesta época, também, eu estava tão cheio de mim que entrei no meu primeiro duelo de rimas. Venci três primeiros idiotas que vieram me encarar, mas fui DETONADO, PISADO e MASSACRADO por um cada que chegou depois. Este acontecimento me deixou mal por umas duas semanas e me fez rever as minhas habilidades como rimador. Vi aí a importância da humildade para quem é MC. Isto enfraqueceu um pouco a minha carreira, mas não foi este o motivo para a minha novamente afastação.
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A amizade que eu tinha com TN contribuiu tanto para a minha vida no rap quanto pra minha vida nos quadrinhos. Foi a partir da minha rede de amizades da época que eu comecei a trabalhar em outra linha que estava sendo nos meus desenhos, os Estudantes Paladinos. Mas um fato sozinho vai romper com as duas ao mesmo tempo. Fato este que vai ser explicado nos próximos episódios. :P

Team Cat

Depois de Claubin, eu ampliei a minha visão para outras mídias, voltando um pouco os olhos para os vídeo-games. A partir das minhas experiências antigas e referências de jogos que eu gostava muito, decidi criar uma série só para esta mídia. Aproveitei a idéia dos Anisups, que tinha sido arquivada, mudei um pouco os personagens, acrescentei um estilo mais maduro no traço e criei a Team Cat.
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História
Em um mundo onde os gatos dominavam, um rato sequestra a princesa e, juntamente com seu exército de ratos, toma o poder e se coloca como rei, escravizando todos os gatos deste lugar. Um trio de agentes especiais é chamado pelo rei para resgatar a princesa e devolver o trono para quem realmente tem direito, eles eram a Team Cat. Gary (modificado do Hirap), um gato verde com um estilo radical, carregava um foguete nas costas, que usava para dar pequenos voos e atacar os adversários; Dase (Baseada na Dase mesmo), uma gata rosa bem feminina e sensual, usava das suas incríveis habilidades ninja para atacar e alcançar lugares diferentes; Tony (Baseado no Leosreggae), um gato azul, grande e forte, era a força bruta do grupo, o que geralmente enfrentaria os maiores perigos.
Juntos, estes três gatos deveriam invadir o castelo, enfrentar todo o exército de ratos e coletar todas as chaves dentro das fases para ir abrindo as portas do castelo e acessar a sala do trono, onde enfrentariam o mestre final, o rato rei. Para conseguir estas chaves, os gatos teriam que passar por inúmeros desafios, às vezes individuais, às vezes em parceria. À medida em que iam evoluindo no jogo, iam aprendendo habilidades, que teriam que usar no decorrer do jogo. Ao derrotar o mestre final, os gatos salvam a princesa e a coroa retorna ao rei gato.
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Desenvolvimento
Este jogo foi planejado como RPG com uma área para exploração. Era apenas para um jogador, mas este tinha que necessariamente controlar os três personagens em períodos diferentes. Haviam momentos em que apenas um personagem era controlado, em áreas de acesso individual para cada personagem específico. (Por exemplo em uma fase em que Gary voa com seu foguete). Este jogo, assim como o do Claubin, nunca saiu do papél pelos mesmos motivos. (sim, eu só estava criando por criar... quem sabe no futuro eu volote nele...)

A partir de Tean Cat, eu comecei a imaginar uma versão para os games com todas as séries que eu trabalhei daqui pra frente. Ela nunca chegou a ocupar a minha linha de desenhos principal, esta linha ainda estava acontecendo paralela ao Claubin, que ainda era a minha marca. Claubin só vai deixar de ser a minha linha principal lá na frente com um personagem mais "revolucionário".