8 de set. de 2009

Wanted Dead Or Alive - Rapman

Eu sei que este post vai explicar muita coisa...

Vitória, outubro de 2008, sexta-feira, 8:00h AM

O dia amanheceu calmo... Sem levantar suspeitas. Eu tinha sido convidado para representar a banca de artes junto com João Pedro e Midiã em uma feira de cursos que estava acontecento na UFES para aqueles que iriam prestar vestibular. Nesta feira, eu contribuí expondo os meus trabalhos do Rapman. A feira ficava aberta o dia inteiro, mas, como eu só podia ficar por lá um período no dia, deixei o meu portifólio na banca sob as responsabilidades de João e Midiã enquanto ia pra minha aula a tarde. Na saída, esqueci de passar na banca e pegar o meu portifólio, então, chegando em casa, liguei para que o João o guardasse pra mim. Ele disse que guardaria na boa, então fiquei despreocupado.

Vitória, outubro de 2008, segunda-feira, 8:00h AM,
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Cheguei à UFES e fui logo procurar o João para pegar o meu Portfólio. Midiã me disse que os desenhos estavam na galeria, mas eu fui até lá e não encontrei nada. Procurando pelo meu colega, umas amigas me encontraram e disseram que João estava doido atrás de mim, queria saber se eu tinha pego o portfólio. Eu disse que não, e que estava atrás dele justamente para saber disto. Fiquei totalmente aflito e queria saber direito dessa história. Quando ele me encontrou, eu queria não acreditar, mas já estava prevendo o que aconteceu. O meu portifólio tinha sumido.
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Aconteceu o seguinte: Quando deixei os desenhos com ele na sexta, ele e Midiã, que estavam responsáveis por todos os trabalhos da banca, guardaram tudo dentro da galeria do cemuni II (uma galeria que funciona no nosso prédio) e trancaram a porta. Isto na sexta-feira. Na segunda, descobriram que a porta tinha sido violada e alguns trabalhos haviam "sumido", dentre eles dois mostruários de dois professores e o meu portifólio, com os desenhos do Rapman.
Foi um tremendo choque pra mim, na pasta haviam todos os desenhos da personagem (os bons e os "errados"), então começamos a nos mobilizar atrás dele. João fez um anúncio formal e eu comecei a planejar em casa um cartaz diferente. Já que eu iria fazer um cartaz, pensei em fazer algo pelo menos criativo. Surgui a idéia de fazer um cartaz no estilo velho oeste: "Procurado vivo ou morto".
Desenhei o cartaz e coloquei algumas poucas informações necessárias. Não estava muito preocupado se todos entenderiam quando o fiz, pois era pra isto que o cartaz formal que o João tinha feito serviria. O que valia aqui era a arte e a ideia. Ofereci como recompensa um almoço no RU (Restaurante Universitário) e estava terminado o cartaz, pronto para ser colocado em prática. Tirei várias cópias e saí colando por toda a parte do centro de artes até o RU. Alguns amigos me ajudaram a colar em lugares mais difíceis.
Durante as semanas seguintes eu fui notando a reação das pessoas. Umas achavam graça e outras não entendiam nada. Mas uma coisa não aconteceu, ele não passou despercebido. Tenho um print valioso de este cartaz sendo comentado na comunidade da UFES e alguns amigos me disseram que ele virou discussão em uma aula de vídeo, aonde um aluno encerrou seu trabalho em um dos meus cartazes (nem me senti quando fiquei sabendo disso).
Dadas as circunstâncias, certamente alguém tinha roubado o meu portifólio, talvez pra pegar a pasta e jogar os trabalhos fora ou por achar "bonitinhos" os desenhos. Eu esperava que, se alguém encontrasse com o ladrão, me avisasse. Ou mesmo se encontrasse perdido por aí. Mas eu estava com um grande medo, que esta pessoa usasse os desenhos de má fé. Foi aí que eu tomei uma atitude que deveria já ter tomado a muito tempo. Registrei o Rapman.
Pareceu óbvio, mas eu tinha o Rapman informalmente. Foi necessário acontecer este episódio para que eu me tocasse e fizesse o que era certo. Assim, se alguém usasse o meu trabalho roubado, eu poderia entrar na justiça e ganhar uma grana. No embalo registrei todas as outras personagens, pelo menos as que davam pra trabalhar. Saiu um pouco caro, mas antes isso do que um trabalho roubado...
E a procura continua...


Aos poucos, os cartazes foram sumindo e sofrendo intervenções. Mas o portifólio nada. Com o tempo eu fui desistindo da busca e aceitando o que aconteceu. Não estava mais com medo de que alguém pudesse usar a minha personagem (ao contrário, agora que eu estava querendo mesmo), queria os desenhos de volta mais por um valor sentimental mesmo. Um ladrão certamente não poderia fazer nada com eles, mas pra mim valiam muito. Por SORTE e PRECAUÇÃO, eu tinha todos os desenhos salvos no computador, então João e Midiã prometeram custear um portfólio novo pra mim. Assim foi feito. Imprimi novamente todos os desenhos em um lugar especializado e eles dividiram as contas. Não era a mesma coisa, mas já era alguma coisa. Os desenhos do Rapman ficaram desaparecidos e até hoje não foram encontrados. Isto me deu incentivo para que eu produzisse mais. Assim, aos poucos, fui fazendo um novo portifólio com desenhos mais atuais e dando sequência à minha história.
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Obs: Quem encontrar ainda ganha um almoço no RU :P

7 de set. de 2009

Artes Plásticas - 2° Semestre

Passado o primeiro semestre nas artes, eu iria encarar o segundo. Estava muito empolgado com o curso, pois estava aprendendo coisa pra caramba. A partir de agora, as turmas começaram a se misturar e eu comecei a andar com dois camaradas: Rofferr e Bill. Juntos fizemos uma parceria de trabalhos artísticos, a RBR. Entrei também pra um projeto de uma oficina de quadrinhos que eu ministrei, o projeto Integral.
Neste semestre eu peguei as matérias META, história da arte II, desenho II, pintura, escultura e gravura, que eu resolvi adiantar.
META e gravura foram as matérias que mais "pegaram". Tanto pro bolso quanto pro número de tarefas. Na primeira eu descobri vários outros materiais que eu acabei gostando, como pastel seco e nanquin, mas dificilmente voltei a usar. Em gravura, em me amarrei no processo e no resultado, mas tbm me afastei depois de concluída a disciplina.
As duas grandes descobertas neste semestre em relação ao desenho foram o uso das linhas e o chamado lápis esboço (Conté). Com as linhas eu aprendi a fazer hachuras e trabalhar desenhos só com linhas mesmo. Isso foi uma grande contribuição pra quando eu for trabalhar quadrinhos. O lápis esboço foi o que eu tomei mais gosto, pois dava efeitos incríveis às minhas obras. Conseguia sair do graffiti e colocar cor utilizando o mesmo princípio do sfumatto.
Pintura e escultura foram duas áreas que me interessaram muito também. Claro que penei um pouco no começo, mas logo fui pegando o jeito, e pude fazer o meu primeiro quadro, que expus logo em seguida. E a primeira tela, que dei de presenta à minha mãe. A escultura que eu fiz como trabalho final da disciplina foi o orgulho da minha vida. Estas duas matérias me instigaram a pegar pintura II e escultura II posteriormente.
Em história da arte, eu tive a oportunidade de trabalhar com o vídeo pela primeira vez. Como trabalho final, a professora pediu um vídeo com a proposta "Você como artista". Esta foi a oportunidade de eu mostrar pra turma um pouco de mim.


Exposição Coletiva - Vitória
Neste semestre, lançaram o tema da exposição coletiva como Vitória. Como a pintura que eu estava fazendo tinha algo a ver, resolvi colocá-la na exposição junto com uma gravura que eu estava planejando. Emoldurei e mandei. Nesta exposição, eu considerei o meu trabalho bem mais digno do que na primeira. Estava mais no nível dos outros. O quadro era uma pintura grande, do tamanho de um papél Paraná, e a moldura valorizou bastante. A gravura foi uma coisa única.


Este semestre certamente foi um semestre de muitos ganhos, mas também foi o semestre de uma perda. Misteriosamente, de alguma forma, o portfólio com todos os desenhos do Rapman sumiram, o que vai dar início à saga "Rapman - Dead or Alive".

Projeto: Como ser um Super-Herói

Logo nos primeiros meses na faculdade, entrei para o meu primeiro projeto fora. Convidado por uma amiga, que estava fazendo uma pesquisa em uma escola particular em Santa Mônica (CESB), eu participei como monitor em um projeto intitulado "Como Ser um Super-Herói".
Este projeto era a monografia dela e tinha como objetivo final, fazer com que os alunos produzissem uma HQ em cima do que foi estudado, os fundamentos e características dos super heróis das HQs. Para isto, eles pracisavam de alguém para a questão prática do projeto. Isto dá início à série: Isto é um trabalho para o Rapman!!!
Este projeto era bem pra mim, pois misturava as duas coisas que eu melhor entendia: HQ e super-heróis. A minha função no projeto era dar suporte aos alunos para construírem suas próprias HQs.
No primeiro dia, apresentei os meus trabalhos e a história do Rapman para tomarem como base. Ensinei a eles a como montar uma personagem, criar características próprias, como construir uma página de HQ, etc. Este dia foi muito mais teórico do que prático. No segundo partiríamos pra HQ. Como eu já estava mais solto com a turma, pude, mais do que fazer uma monitoria, bater um papo com eles, e vi que eles estavam gostando do projeto. Isto me encheu de satisfação. Conseguimos concluir o projeto e Goretti e suas amigas apresentaram o trabalho final na faculdade delas.

Algums criaram só os heróis, outros conseguiram fazer uma pequena HQ, mas a minha maior satisfação era ver que eu era uma peça para fazer aquele projeto funcionar. Além de me dar pontos na UFES como créditos por atividades, era uma experiência única trabalhar com o que eu melhor sei fazer dentro do tema que eu domino. O maior ganho foi a experiência que eu adquiri, este foi o primeiro passo para, futuramente, eu dar uma iniciar em um projeto de uma oficina de quadrinhos.

Artes Plásticas

No terceiro ano do ensino médio, eu já estava pensando em um ensino superior. Queria algo que tivesse a ver com o que eu gostava e que fosse na minha área, o desenho. Depois de checar as opções, decidi por fazer Artes Plásticas na Universidade Federal do Espírito Santo (UFES). Claro que uma escolha dessas é sempre questionada pelos outros, até por quem não tem nada a ver com a história (tipo a secretária da minha escola), mas não me deixei levar, estava convicto na minha decisão, pois era aquilo mesmo que eu queria fazer. Passei no vestibular e entrei no primeiro período de 2008.
Logo no primeiro dia de aula, eu conheci um pessoal muito bacana que gostava de desenhar como eu. Até então, o meu negócio era simplesmente o desenho, fui "descobrir" a arte mais pra frente. Minha primeira mostra artística no ambiente foi no "Mural dos Calouros", que os alunos do segundo semestre tinham preparado.

De início, peguei as matérias de plástica, cor, composição, história da arte e desenho. A grande descoberta pra mim neste semestre foi uma sacação em questões de luz e sombra de um modo geral. Só com uns toques que o Nortton me dava, eu melhorei bastante os desenhos do Rapman. Na matéria de desenho, voltei a fazer desenhos realistas, que eu tinha deixado há algum tempo. Também comecei a me descobrir em outras áreas das artes, como na matéria de plástica. Ainda no primeiro semestre, eu consegui fazer parte em um projeto voluntário que seria a monografia de Goretti e umas amigas de letras, que foi intitulado "Como ser um Super-Herói". O primeiro de vários outros projetos na minha área de atuação.

Exposição coletiva - CIRCO
Um pouco depois da metade do semestre, eu fui avisado de que haveria uma exposição coletiva no cemuni. O tema seria circo. Não me interessei muito no começo, mas, depois que descobri que valia como créditos por atividades, comecei a bolar alguma coisa. Chamei duas amigas, Magda e Luina, para fazermos uma parada juntos. Fizemos um palhaço com tinta, lápis de cor e colagem, votando em uma urna eletrônica. Não ficou uma "obra prima", mas também, estávamos em cima da hora.
No dia da exposição, os outros desenhos estavam tão legais que chegavam até a ofuscar o nosso. Mas não importava, esta era a primeira exposição que eu participava e eu tava orgulhoso de mim mesmo.

O primeiro semestre foi uma grande introdução de a minha pessoa nas artes, na verdade... O quente ainda estava por vir.